A Sala da Música do Palácio de Queluz foi palco da celebração do primeiro aniversário da AHSeAS, na passada sexta-feira, dia 25. Sedeada em Sintra, esta organização tem como missão contribuir para a qualidade de vida em situação de fragilidade, a capacitação de doentes crónicos para autogestão da sua saúde/doença, retardar a institucionalização de pessoas em situação de isolamento social e a eliminação das epidemias VIH, tuberculose (TB) e hepatites virais.
Para a Dr.ª Margarida Tavares, diretora do Programa Nacional para VIH e IST, neste primeiro ano de existência, a AHSeAS “mostrou que tem atividades muito relevantes”, sendo “uma parceria muito relevante e complementar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) no acompanhamento das pessoas que vivem com VIH, no diagnóstico precoce daqueles que poderão estar infetados e das populações que estão em maior risco de adquirir a infeção”. Refere ainda “muitas outras atividades que desenvolve e que irá desenvolver no futuro e que são fundamentais” e endereça palavras de felicitação à organização.
Segundo a Dr.ª Isabel Carvalho, diretora do Programa Nacional para a Tuberculose, “as organizações de base comunitária são essenciais no âmbito da TB, em especial, na toma da medicação e no apoio que dão a todos os que são mais vulnerárias tanto em termos sociais como relativamente à doença”. Reforça que “todo o apoio que tem vido a dar na toma da medicação, rastreio de sintomas ou promoção da literacia em TB são sempre vantajosas e trazem muitos pontos positivos na redução da incidência da doença”. Neste sentido, felicita todas as organizações e “o desempenho extraordinário da AHSeAS”, salientando a problemática da coinfecção VIH-TB no aparecimento de situações mais graves e complexas, incluindo a morte.
O Prof. Doutor Rui Tato Marinho, diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais, destaca aspetos positivos da saúde, como os “transplantes hepáticos e o acesso a medicamentos que curam doenças relacionadas com o fígado”, mas também a existência de “organizações que estão no terreno e são ‘micro serviços nacionais de saúde’, com uma abordagem do ponto de vista médico, mental e social, tendo um trabalho que muitas vezes não é conhecido pela comunicação social do ponto de vista mediático”. Exemplifica com o trabalho desenvolvido nas prisões e com os imigrantes. Falando da atividade da AHSeAS, refere que “do ponto de vista humanitário contribui para justiça social, cidadania e até pacificação social” e comenta que “se as pessoas forem acompanhadas, de forma positiva e restaurativa, dando-lhes necessidades básicas por exemplo, todos nós ganhamos.”
